Crédito Automóvel, Crédito Pessoal, Crédito Habitação, Crédito para Obras, Crédito para Formação, Crédito para tudo e mais alguma coisa.
Há um incentivo ao Crédito cada vez maior e hoje em dia é banal contrair-se um crédito para comprar seja o que for.
Este facilitismo, quer das entidades que os promovem, quer das pessoas que os contratam, pode trazer sérios problemas para a vida financeira de cada um.
O meu conselho é que ponderes sempre bastante bem a tua necessidade de recorrer ao crédito antes de efetuares as tuas compras.
É preferível aguardares uns meses e comprares quando tiveres dinheiro para isso, do que sacrificares a tua vida financeira nos próximos anos por algo que quiseste ter no imediato.
Se algum dia não conseguires evitar, e tiveres mesmo de contrair um crédito, certifica-te que percebes o “negócio” que estás a fazer e as condições em que o estás a contratar.
Este artigo vai ajudar-te com isso uma vez que reúne as principais terminologias utilizadas e explica-te o seu significado de forma bastante simples.
FIN /FINE
A FIN é a Ficha de Informação Normalizada e é facultada nos Créditos Pessoal, Créditos ao Consumo e Cartões de Crédito.
A FINE é a Ficha de Informação Normalizada Europeia e é facultada nos Créditos Habitação.
São ambas emitidas pelo Banco ou Financeira que concede o Crédito e é o documento onde estão escritas todas as suas condições.
É um documento longo, importante e que tens de assinar para poderes pedir o teu Crédito e é onde vais encontrar a maioria dos termos que te explico a seguir.
Muita gente contrata créditos sem ler a FIN/FINE, algo que não recomendo.
CAPITAL
O CAPITAL é o montante que vais pedir emprestado e não inclui os juros.
CARÊNCIA DE CAPITAL
Período durante o qual só pagas os juros, e o teu capital em dívida não se altera.
TAN
A TAN é a Taxa Anual Nominal e representa o custo anual dos JUROS do teu empréstimo.
Imagina um crédito com uma TAN de 6%.
Uma vez que os créditos pagam-se mensalmente, para chegar ao valor mensal da TAN dividimos os 6% por 12 que dá 0,5%.
É este valor (0,5%) que vai ser usado para o cálculo dos juros a pagar mensalmente.
Ou seja, multiplicamos o total de capital em dívida por 0,5%.
O valor daí resultante, será o valor dos JUROS a pagar nesse mês.
TAEG
A TAEG é a Taxa Anual Efetiva Global e representa o custo total anual do crédito, em percentagem do montante emprestado.
Inclui, para além da TAN, a comissão inicial de abertura, as comissões mensais, as despesas com impostos e seguros obrigatórios, entre outros.
Uma TAEG mais baixa, representa um crédito mais barato, com menos encargos.
MTIC
O MTIC é o Montante Total Imputado ao Consumidor e diz respeito ao valor total que vais pagar pelo teu empréstimo.
Neste valor já está incluído, para além do capital emprestado, os juros e os custos associados.
Exemplo: pedes € 16.000,00 ao Banco para pagares em 84 meses e à frente da sigla MTIC vês o valor de € 21.476,84.
Esse valor representa o VALOR TOTAL que vais entregar ao banco, se cumprires o pagamento dos € 16.000,00 que pediste, em 84 meses.
Quando estiveres a comparar propostas de crédito, a TAEG e o MTIC são os dois indicadores mais
relevantes para os quais deves olhar.
PRAZO DO EMPRÉSTIMO
Expresso em meses, é o tempo que decorre desde o momento em que pedes o crédito, até ao momento em que te propões a pagá-lo na totalidade.
Um prazo de empréstimo maior tem uma prestação mais baixa, mas acarreta mais juros no final.
Deixo-te abaixo um exemplo que te permite perceber isto:
Escolhi, para os mesmos € 16.000,00 de empréstimo, prazos de pagamento diferentes: num caso, 60 meses e no outro 84.
Assinalei a vermelho as principais diferenças que consegues observar.
No Exemplo B, um prazo maior dá uma prestação mensal menor no teu orçamento mas vai significar um MTIC mais elevado.
Isto porque ficas a pagar o crédito durante mais tempo = mais juros.
Com estes exemplos consegues perceber que não basta apenas olhar para a TAEG.
No Exemplo B, consegues perceber que apesar de ela ser mais baixa, o MTIC no final do contrato vai ser mais elevado.
A tua estratégia de desendividamento vai desempenhar um papel fundamental no prazo do empréstimo que escolheres.
Se quiseres liquidar a tua dívida antes do tempo contratado, podes escolher um prazo de empréstimo maior, para teres uma prestação menor e conseguires poupar dinheiro em paralelo todos os meses.
Abordo esse tema neste artigo, com um passo a passo para saíres das dívidas.
AMORTIZAÇÃO ANTECIPADA
Também conhecida como Reembolso Antecipado, é o ato de pagar, antecipadamente, uma parte ou a totalidade do CAPITAL que tens em dívida.
Porque sim, podes acabar de pagar o teu empréstimo antes do prazo que contrataste.
E é o mais recomendado.
COMISSÃO DE AMORTIZAÇÃO ANTECIPADA
Se pretenderes pagar uma parte do teu empréstimo antes do prazo que contrataste, o Banco ou Financeira podem cobrar-te uma comissão.
Geralmente sobre a forma de %, o valor desta comissão vem apresentada na FIN/FINE.
TAXA DE JURO
Os JUROS são o valor que vais pagar mensalmente ao Banco ou Financeira como remuneração pelo crédito que pediste.
O valor dos JUROS que vais pagar é calculado de formas diferentes, dependendo do tipo de TAXA DE JURO que escolheres:
Taxa de Juro Fixa: mantém-se igual ao longo de todo o prazo do empréstimo, o que se traduz numa prestação igual todos os meses.
Taxa de Juro Variável: está indexada à EURIBOR e vai variando ao longo de todo o prazo do empréstimo.
Taxa de Juro Mista: contempla um período de Taxa Fixa e outro de Taxa Variável.
Há opções para todos os perfis e deves decidir com base naquilo que mais valorizas e com a opção que te deixar mais confortável.
EURIBOR
A EURIBOR é a abreviatura de European Interbank Offered Rate, e é a taxa de juro de referência praticada por um conjunto de bancos da zona euro nos empréstimos que fazem entre si.
O cálculo da EURIBOR é feito tendo como base a taxa de referência do BCE e a média das taxas de juro de 57 bancos europeus, incluindo a Caixa Geral de Depósitos.
As taxas Euribor são atualizadas todos os meses e tu podes consultar aqui a sua evolução.
Não deixes de ler este artigo que escrevi que te dá um conjunto de estratégias que podes adotar para lidares com o aumento da EURIBOR.
SPREAD CONTRATADO
O SPREAD CONTRATADO é um dos componentes do Crédito Habitação e de uma forma muito simples, é a margem de lucro que o banco vai ter quando te concede o empréstimo.
Quanto mais baixo for o teu SPREAD, melhor.
Menos “comissão” estás a pagar ao teu banco.
O SPREAD vai influenciar a TAN do teu Crédito Habitação, ou seja, a TAXA DE JURO do teu empréstimo.
No caso de um empréstimo com Taxa de Juro Variável, a TAN é composta pela soma da EURIBOR e do SPREAD.
Num empréstimo com Taxa de Juro Fixa, o SPREAD vai ser somado à TAXA DE JURO contratada.
O SPREAD é definido individualmente por cada banco e varia entre contratos de crédito, uma vez que tem em conta: o risco de crédito do cliente, o rácio entre o valor do empréstimo e o valor do imóvel, e o custo de financiamento do próprio banco.
Por norma, é fixo, mas pode sofrer alterações se as condições contratadas inicialmente não estiverem a ser cumpridas.
Os bancos estão sempre disponíveis para baixar o spread para angariar clientes, por isso se tiveres as estratégias e condições certas, conseguirás negociar com o banco um spread mais atrativo. Lê aqui como podes baixar o teu SPREAD.
IMPOSTO DO SELO
O Imposto do Selo é a tributação cobrada pelo Estado e nem nos créditos te livras dela.
Os valores divergem mediante o tipo e o prazo do empréstimo.
Espero que este glossário te tenha ajudado a compreender conceitos importantes, com que se calhar até te deparas com frequência.
Se está nos teus planos contrair Crédito Habitação em breve ou se precisas de aconselhamento para Crédito Pessoal ou consolidado, pede ajuda ao Nuno Pimenta, um Intermediário de Crédito que é meu parceiro, e que está pronto e disponível para te ajudar. Preenche este formulário com o que pretendes e aguarda que alguém entre em contacto contigo.
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Obrigada por estares desse lado.
Cat