Ser trabalhador independente é incrível porque és o teu próprio patrão, mas apresenta muito mais desafios e inseguranças.
Todas as decisões passam por ti, inclusive as financeiras, e gerires o dinheiro que recebes dos teus clientes pode mesmo ser uma dor de cabeça.
Se és trabalhador independente, e se o teu rendimento oscila durante o ano, fazer um orçamento e gerir as tuas finanças é ainda mais difícil, mas é possível.
Seja em part-time e conjugado com um trabalho por conta de outrem, seja um trabalhado independente a 100% é importante que aprendas a gerir esta tua fonte de rendimento e é isso que te ensino a fazer neste artigo.
1 – Separa o dinheiro do negócio do teu dinheiro pessoal
Vamos já assumir que se trabalhas por conta própria tens um negócio, combinado?
E se tens um negócio, esta regra é fundamental: separar o dinheiro pessoal, do dinheiro do negócio.
Pensas certamente que, uma vez que o dinheiro é todo ganho por ti, ele é todo teu.
NÃO!
Independentemente da dimensão do teu negócio, tens de certeza despesas associadas que têm de ser pagas.
Exemplos: impostos, combustível, seguro de acidentes de trabalho, aluguer de espaço, licenças e software, material, formação, etc.
Essas despesas devem ser pagas com o dinheiro que recebes, mas separado para isso mesmo para os pagamentos poderem ser feitos quando for necessário.
Não fazeres esta divisão do teu dinheiro, dá origem a desorganização, confusão, desequilíbrios e falhas que certamente não precisas na tua vida.
Certifica-te então que tens uma conta bancária só para os recebimentos e despesas do teu trabalho.
Podes abri-la na moey!, de forma totalmente gratuita, para começares aos poucos a fazer esta divisão.
É a conta que eu uso para o meu negócio, sem comissões nenhumas e super fácil de usar.
Neste artigo tens TUDO o que precisas de saber sobre esta solução.
2 – CRIA UM ORÇAMENTO DO NEGÓCIO
Agora que já decidiste que vais separar o teu dinheiro, vamos começar por organizar as finanças do teu negócio.
Em primeiro lugar, lista todas as despesas mensais e anuais do teu negócio, para chegares à conclusão do valor que todos os meses tens de alocar para despesas.
É sensato deixares sempre algum dinheiro “em caixa” para alguma despesa inesperada que surja no teu negócio ou para alguma oportunidade que queiras aproveitar.
Lembra-te também de eventuais investimentos que queiras fazer no futuro como formação, material, publicidade, etc.
Depois de saberes este valor, podes passar à melhor parte: decidir como vai ser o teu esquema de remuneração.
Queres receber um salário fixo todos os meses, independentemente da tua faturação?
Ou queres receber uma % do que faturares?
Esta decisão é muito pessoal e eu não a posso tomar por ti.
Se o teu negócio tem quase sempre a mesma faturação, poucas despesas e se gostas de segurança, pode funcionar definires um salário fixo para ti.
Por outro lado, se a faturação do teu negócio é oscilante e muitas vezes imprevisível, talvez seja mais sensato definires como teu salário uma percentagem do que faturares.
Desta forma, o teu rendimento pessoal acompanha sempre o rendimento do teu negócio, o que te vai obrigar a ter mais disciplina a gerar resultados.
Independentemente do modelo que escolheres, é importante que tenhas uma boa ferramenta de controlo para recebimentos e gastos.
Um excel simples ou um caderno, onde registas os teus clientes e respetivos pagamentos e todas as tuas despesas mensais é fundamental para que não percas o controlo e para que possas ver a tua evolução com o passar do tempo.
Se quiseres construir uma ferramenta à tua medida, marca uma sessão individual comigo e vamos debruçar-nos em conjunto sobre a tua organização financeira pessoal e do teu negócio.
3 – CRIA UM ORÇAMENTO PESSOAL
Até podes ter um rendimento oscilante enquanto trabalhador independente, mas as tuas despesas básicas, essas, são sempre as mesmas.
Por isso mesmo, é fundamental que saibas, no mínimo, quanto dinheiro precisas de receber todos os meses para conseguires pagar todas as tuas despesas.
O exercício que te proponho fazer para descobrires isso é o de listares todos as tuas despesas essenciais e somares os valores.
Se quiseres aprender a construir um orçamento mensal de raiz, lê este artigo.
(Exemplo de despesas essenciais: renda/prestação empréstimo, contas da casa, combustível, supermercado e outras mensalidades obrigatórias.)
Assegura primeiro o básico e aquilo de que não queres abdicar, para saberes que valor precisas todos os meses para conseguires pagar as tuas despesas.
Este exercício vai ajudar-te a manteres o foco em criares um negócio sustentável o suficiente para que consigas pagar as despesas profissionais e ainda retirar um
rendimento.
Se o teu rendimento garantido é reduzido ou oscilante, a tua maior preocupação deverá ser manter um estilo de vida económico, com poucas obrigações.
É mais fácil e mais sensato decidires assumir mais gastos e despesas nos meses em que a tua faturação for melhor, do que assumires à partida gastos fixos elevados que são difíceis de sustentar em meses em que a faturação é mais baixa.
4 – Usa meses mais favoráveis a teu favor
Se tens meses em que faturas mais do que outros, é inteligente que os utilizes a teu favor.
Como?
Separando logo uma parte para meses em que já sabes que faturas menos.
Desta forma garantes estabilidade e tranquilidade financeira, algo que falta a alguns trabalhadores independentes.
Nesta separação vai ajudar-te saber o teu valor mínimo de despesas essenciais daí ser importante fazeres o exercício que te sugeri.
Podes criar uma conta poupança à parte com este fim, para viveres com mais tranquilidade em meses em que o trabalho não seja tão abundante.
O bom de aprenderes a gerir o teu dinheiro é que consegues sempre tomar as decisões mais vantajosas para ti.
5 – Não te esqueças dos impostos
Enquanto trabalhador independente, és tu que tratas dos teus impostos e deves ter a disciplina de separares dinheiro para isso todos os meses.
Considera os pagamentos de IVA, IRS e Segurança Social nas despesas do teu negócio e separa logo esse dinheiro todos os meses.
Uma das minhas maiores dificuldades enquanto trabalhadora independente foi com o IRS.
Foi por isso que decidi apostar em formação, e fui tirar um curso para aprender como fazê-lo enquanto trabalhadora independente, e aprendi imenso.
Recomendo mesmo que o faças porque para além de o poderes fazer ao teu ritmo e pela ordem que preferires, ficas com uma plataforma carregada de informação sobre IRS que podes consultar quando quiseres. Podes também tirar as tuas dúvidas e acima de tudo estar a par de todas as tuas obrigações enquanto trabalhador independente.
Outra coisa que também me ajudou muito foi contratar uma Contabilista no início da minha atividade para me ajudar a organizar tudo e saber que obrigações tinha que cumprir. Investires nos profissionais certos faz toda a diferença no teu negócio e se te sentires com dúvidas em relação a impostos, não penses duas vezes. É um investimento que compensa e que te traz o conhecimento e tranquilidade que precisas.
Como adoro o trabalho da Joana, a minha Contabilista, fica aqui o contacto dela caso queiras marcar uma sessão individual.
6 – MUITO MENOS DAS POUPANÇAS
Enquanto trabalhador independente enfrentas desafios acrescidos como ausência de subsídio de férias e natal, férias pagas, seguro de acidentes de trabalho, entre outros.
Por isso mesmo, deves separar dinheiro para estas alturas, e para os teus objetivos pessoais de curto, médio e longo prazo.
Quando estiveres a construir o teu orçamento mensal, não te esqueças de separar uma parte do teu rendimento para as tuas poupanças e investimentos.
Enquanto trabalhador independente, as finanças do negócio e as finanças pessoais misturam-se bastante e nem sempre é fácil fazer uma divisão.
Eu passo, e passei por esse mesmo desafio, e tenho aprendido bastante e melhorado a minha gestão com o passar do tempo.
Se quiseres a minha ajuda para melhorar a gestão das finanças do teu negócio e para encontrares a melhor forma de as equilibrares com as tuas finanças pessoais, vê os serviços que tenho disponíveis e vamos meter as mãos na massa.
E já sabes, partilha este artigo com o teu amigo ou familiar que também é trabalhador independente, e ajuda-o a percorrer esta jornada por vezes bastante desafiante.
Obrigada por estares desse lado.
Cat