Se estás cansado de não saber a quantas andas e queres organizar as tuas finanças pessoais de uma vez por todas, este artigo é para ti.
Prometo que vou simplificar o processo ao máximo, para que não desistas mesmo antes de começares e para que chegues ao final deste artigo, com as tuas finanças minimamente organizadas e com menos um peso em cima. Sim, porque teres esta área da tua vida organizada e controlada é muito importante e pode abrir-te portas a um mundo novo.
Porque sabes o que acontece muitas vezes? Pensas que ganhas mal, que nunca tens dinheiro para nada e que nunca vais conseguir alcançar os teus sonhos e objetivos. No entanto, a verdade é que nunca te debruçaste a fundo para perceber a tua realidade financeira.
Uma boa organização e gestão das tuas finanças pessoais, vai permitir que tenhas dinheiro para tudo: para pagares as tuas contas, para te divertires, e para poupares para os teus sonhos e objetivos. Se queres isto para a tua vida, continua a ler porque vou mostrar-te neste artigo como podes organizar as tuas finanças pessoais, para viveres finalmente de forma mais descontraída e despreocupada.
Considero que existem 3 passos fundamentais neste processo de organização e explico-te cada um deles de seguida.
Passo 1 – Percebe a tua realidade
Antes de avançarmos para a parte mais prática da coisa, deves decidir onde vais registar todo o teu património financeiro. Pode ser um Excel, pode ser um caderno ou até mesmo uma aplicação para telemóvel.
O meu pensamento sobre este assunto é o seguinte: como a realidade e vivência financeira de cada um de nós é muito específica, acho mesmo que algo construído por ti, à tua medida e adaptado à tua realidade e circunstâncias, é a melhor opção. Um Excel que vais aprimorando gradualmente, ou um caderno, são as opções mais indicadas. Mas não deixes de espreitar a secção de recursos, onde tens algumas sugestões de aplicações para o telefone.
Depois de teres escolhido o sítio onde vais registar o teu património financeiro, regista ao dia de hoje o saldo da tua conta (ou contas) à ordem, a tua dívida (se a tiveres), os teus investimentos e as tuas poupanças. Assim, sabes exatamente quanto tens e quanto deves.
Depois, é importante que percebas como é a tua vida financeira e em que é que costumas gastar o teu dinheiro. Para o conseguires fazer, tens de recuar um pouco e olhar para os teus comportamentos financeiros dos últimos tempos.
Começa por reunir os extratos dos últimos 2-3 meses da tua conta bancária (ou contas, se tiveres mais do que uma) e regista num caderno ou num excel TODO o dinheiro que saiu, e para quê: renda da casa/prestação do crédito habitação, água, luz, gás, internet e telefone, supermercado, gasolina, portagens e estacionamento, outras prestações, cabeleireiro, ginásio, jantares/almoços fora, consumo, etc.
Dei muitos exemplos, e mesmo assim ficaram alguns de fora, mas penso que percebeste a ideia. O que é fundamental é que registes todos os valores que saíram da tua conta bancária e escrevas para onde foram.
Mesmo os mais “insignificantes” como levantamentos, por exemplo. Depois de sair da tua conta bancária e se tens memória fraca, é dinheiro ao qual perdeste o rasto, mas não deixa de ser dinheiro que saiu e que soma por vezes uma grande quantia. (É por isso que eu não gosto muito de levantar dinheiro, porque fica mais difícil de controlar onde o gasto.)
Depois de teres todos os valores discriminados, percorre um a um, aloca-os a uma categoria (gasolina, contas da casa, supermercado, jantares/almoços, transporte, etc.), soma-os e ficas assim com o valor global mensal que gastaste naquela categoria. Depois de encontrares as categorias relevantes do teu mês, chegou a altura de as dividir em dois grupos essenciais:
Gastos Fixos: são aquelas despesas recorrentes e obrigatórias, mais ou menos do mesmo valor, que tens mesmo de pagar todos os meses (renda, gasolina/passe, creche, supermercado, contas da casa, prestações, etc.)
Gastos Variáveis: são os gastos em coisas que não são essenciais, mas que fazem parte da tua rotina como estética, ginásio, jantar/almoçar fora, consumo, etc.
Podes ainda acrescentar o grupo mais maravilhoso de todos: poupança e investimento, se é que poupaste ou investiste alguma coisa ao longo do mês.
Este trabalho pode parecer muito aborrecido, mas vai ajudar-te a compreenderes as tuas finanças pessoais, e é importantíssimo para perceberes quanto gastas por mês em cada uma das categorias e qual o peso dessa categoria no total do teu orçamento. Vai também ajudar-te no passo seguinte, para saberes como orçamentar o teu mês.
Se estiveres à vontade com o Excel, podes fazer o download de um template que eu preparei para ti. Já considera as principais categorias do dia a dia e tem as fórmulas todas para te dar o valor final mensal de cada uma delas. É um ficheiro que funciona como ferramenta de registo de gastos e também como ferramenta de orçamento mensal, controlo de poupança e dívida.
Passo 2 – Orçamenta o teu mês
Agora que já sabes quais as tuas despesas fixas, variáveis e quanto precisas todos os meses para as conseguires pagar, chegou a altura de organizares ainda mais as coisas, e cuidares do teu presente e futuro, orçamentando o teu mês.
Fazeres um orçamento mensal vai permitir-te estimar quanto dinheiro precisas todos os meses para fazeres face a todas as tuas despesas e se esse montante está alinhado com o teu rendimento. Desta forma, percebes se andas a viver acima ou abaixo das tuas possibilidades, e pode ajudar-te a perceber que se calhar até consegues poupar dinheiro todos os meses, algo que pensavas ser impossível até então.
Para este passo, vou recomendar-te que leias este artigo que escrevi, que te explica o passo-a-passo para fazeres um orçamento mensal e ainda os vários tipos de orçamento que podes fazer. É um artigo que te pode ser muito útil, está lá tudo o que precisas de saber, por isso é mesmo importante que o leias.
Se souberes que o teu ordenado chega perfeitamente para pagar as tuas contas, para te divertires e para ainda poupares dinheiro, vais sentir-te muito menos stressado e ansioso na hora de passar o cartão, pagar uma conta ou verificar o saldo da conta.
Um orçamento mensal permite-te tudo isso porque consegues distribuir o teu dinheiro por todos os teus gastos e necessidades, o que te vai dar mais tranquilidade e segurança porque sabes exatamente para onde está a ir o teu dinheiro.
Passo 3 – Organiza-te
Organização é chave nas finanças pessoais, e se fizeste (ou vais fazer) o passo-a-passo anterior, tens de continuar a acompanhar as tuas finanças numa base semanal e mensal para que não voltes ao mesmo estado de confusão que te fez ler este artigo.
O processo de organização das finanças pessoais pode parecer algo demorado e complicado no início (porque é muita informação), mas quando encontras o teu método e começas a automatizar as coisas, fica tudo mais fácil e precisas cada vez de menos tempo para organizar e controlar as tuas finanças.
Algumas dicas de organização que te posso deixar são:
– Tira um bocadinho no início do mês para fazeres o orçamento do mês seguinte. Se tiveres um template de excel já adaptado à tua realidade, só tens de o copiar para o mês seguinte e adicionar os gastos extraordinários que existam nesse mês: seguro do carro, aniversário, IMI, casamento, etc. Este planeamento logo no início do mês permite-te antecipar gastos que vão ocorrer, para depois não seres surpreendido.
– Paga todas as tuas contas no mesmo dia e assim que recebes o ordenado. Adiar o pagamento até ao último dia, não vai fazer com que ele desapareça, por isso tira também um bocadinho no início do mês para pagares as tuas contas (poupança incluída). São assuntos que ficam logo resolvidos e que não te vão acompanhar o resto do mês. Isto vai dar-te tranquilidade e vai evitar esquecimentos.
– Se percebeste que a poupança cabe no teu orçamento, cria uma transferência automática para fora da conta à ordem logo no início do mês, e começa a construir o teu fundo de emergência e a poupar para os teus sonhos. Digo para fora da conta à ordem, porque assim é dinheiro com o qual não contas e que não corres o risco de gastar em coisas inúteis. Podes colocar esse dinheiro numa conta poupança ou num depósito a prazo do teu banco, ou abrir uma conta moey! se quiseres poupar para mais do que um sonho: férias, casa, carro, etc.
– Cria o hábito de registar todas as tuas despesas pela menos uma vez por semana. Só assim vais conseguir perceber se estás a conseguir cumprir o teu orçamento ou se houve gastos extra e tens de ajustar os teus comportamentos. Não descures este hábito, porque caso contrário vais voltar ao estado de confusão inicial.
Se conseguires implementar todos os passos que partilhei contigo, e se criares um orçamento mensal e mantiveres o registo de despesas, vais conseguir com pouco esforço manter finalmente as tuas finanças organizadas tal como era o teu desejo assim que começaste a ler este artigo.
Se mesmo assim te restarem dúvidas, marca uma sessão individual comigo para em conjunto delinearmos estratégias eficazes adaptadas à tua realidade.
É algo que só depende de ti e da tua vontade de começares a dominar este aspeto tão importante da tua vida.
Espero que tenhas gostado e aproveita para partilhar este artigo com alguém que esteja na mesma situação que tu.
Obrigada por estares desse lado.
Cat